terça-feira, 1 de dezembro de 2009

The rich get richer and the poor get... children

O grande Gatsby.
Um narrador hipócrita julgando a vida de outras pessoas hipócritas. Gostoso como a vida é.
Um livro de auto-ajuda para quem tem inveja do salário do amigo; pra quem tem princípios; pra quem pondera pra não desequilibrar o ambiente; pra quem é macho mas bate sua punhetinha escondida com o dedo no furevis; pra quem fala alto em festa e gosta de conhecer todo mundo; pra quem fala demais quando bebe; pra quem não bebe pra não dar artilharia pro outro; pra quem fala de um jeito na sala e de outro no quarto; para quem tem saudades do passado; e, principalmente, pra quem está chegando aos trinta anos:

"Eu completava trinta anos. À minha frente, estendia-se a estrada portentosa, ameaçadora, de um novo decênio."

"Trinta anos... A promessa de um decênio de solidão, uma lista cada vez menor de companheiros solteiros, uma súmula cada vez mais reduzida de entusiasmos, os cabelos cada vez mais ralos..."

"E assim prosseguimos, através do fresco crepúsculo, em direção da morte."

"Tenho trinta anos - respondi. - Tenho cinco anos a mais do que a idade em que poderia mentir a mim mesmo e chamar isso de honra."


Eu ainda estou na idade em que posso mentir pra mim mesmo, mas eu chego lá, aos trinta, tão ou mais hipócrita que o Nick Carraway, tomara deus.
Amém.

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