sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Uruguai

O que eu aprendi no Uruguai:

Palavras e expressoes: "Si, si, si, ok" "si, si, si, perfecto" "la chica? la grande?" "el mejor chivito del mundo, brasileño" "si, si, si, 1.357 uruguaxos"
Sobre arquitetura: Os predios sao velhos e bonitos.
Sobre cerveja: A Norteña nao vende mais no Uruguai. Virou meio que so pra fora. Ate da pra achar, mas dizem que esta ruim. A Patricia e a Pilsen sao as mais vendidas. A Pilsen parece Original e a Patricia parece Original melhorada. Mas qualquer coisa seria melhor do que no Brasil, afinal, a garrafa e de um litro.
Sobre futebol: Que eles nao entendem nada de futebol.
Sobre o resto: Anoitece so as 09 da noite.
Sobre a vida: nada.

Na set list apenas: "Eu tenho um museu de grandes novidades. O tempo nao para"

Argentina.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Maracanazzo

Fui pro Uruguai (fui amanhã). Volto logo.
Na bagagem apenas um sonho: Encontrar o Eduardo Galeano e pedir pra ele autografar o Veias abertas da América Latina com o título modificado para Desculpas de perdedor.
A ideia original era estuprar ele vestido de Tio Sam, mas não fodo com velhos...

Porra, Barbosa. Tava na mão, cara!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

5, 4, 3, 2, 1...

Bom, a mostra do Woody Allen acaba neste domingo. Mas, como já vi quase tudo o que eu queria ver ou ver novamente ou ver pela primeira vez na sala de cinema, tiquei o símbolo da nike no item n° 1 da lista de "atividades produtivas para férias forçadas de natal-carnaval".

Aliás, o catálogo dessa mostra é bem bacana. Foi, provavelmente, a melhor coisa que eu já ganhei de algum banco interessado no desenvolvimento das tendências plurais da arte, e na sua convergência ao sentido de por aí vai...

Quer dizer, "ganhei" trocando 5 ingressos de 2 reais cada (meia entrada pra quem apresentar boleto falso e/ou carteirinha da pizza hut), mas pelo conteúdo das 500 páginas que serviram de base de leitura (lê-se enrolação) entre uma sessão e outra, posso considerar de graça mesmo. Ele é cheio de entrevistas, desenhos, artigos (?)... Mas o principal é a capa que vira um poster do Manhattan.
Annie Hall em película no cinema? É de chorar.
Obrigado Banco do Brasil, o Banco só meu...
Só faltou o Crimes e Pecados, mas esse não deu pra ver, pois toda vez que ia passar eu estava no SESC terminando o item n° 2 da lista...

O Projeto do SESC termina hoje.

Será uma noite muito produtiva de desculpas e julgamentos. Meia hora esclarecendo dúvidas da plateia e gastando saliva sobre como o projeto foi um ponto de virada em minha vida. Questões técnicas, plásticas, logísticas e sexuais. Tudo, tudo mesmo será dito em trinta minutos de puro prazer e axilas suadas.


Itens 3, 4 e 5 que me aguardem. Pois, como diz o Diário de Bordo do Mestre Quiroga: "A VIDA SE OFERECE GRACIOSA."

Falaê, mano...

Mendigo é pior que famoso quando vê uma câmera...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Parmalat



Merda. Eu era tão feliz nessa época.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

The rich get richer and the poor get... children

O grande Gatsby.
Um narrador hipócrita julgando a vida de outras pessoas hipócritas. Gostoso como a vida é.
Um livro de auto-ajuda para quem tem inveja do salário do amigo; pra quem tem princípios; pra quem pondera pra não desequilibrar o ambiente; pra quem é macho mas bate sua punhetinha escondida com o dedo no furevis; pra quem fala alto em festa e gosta de conhecer todo mundo; pra quem fala demais quando bebe; pra quem não bebe pra não dar artilharia pro outro; pra quem fala de um jeito na sala e de outro no quarto; para quem tem saudades do passado; e, principalmente, pra quem está chegando aos trinta anos:

"Eu completava trinta anos. À minha frente, estendia-se a estrada portentosa, ameaçadora, de um novo decênio."

"Trinta anos... A promessa de um decênio de solidão, uma lista cada vez menor de companheiros solteiros, uma súmula cada vez mais reduzida de entusiasmos, os cabelos cada vez mais ralos..."

"E assim prosseguimos, através do fresco crepúsculo, em direção da morte."

"Tenho trinta anos - respondi. - Tenho cinco anos a mais do que a idade em que poderia mentir a mim mesmo e chamar isso de honra."


Eu ainda estou na idade em que posso mentir pra mim mesmo, mas eu chego lá, aos trinta, tão ou mais hipócrita que o Nick Carraway, tomara deus.
Amém.

domingo, 29 de novembro de 2009

Ibra



Chupa............................. Real Madri?

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

..........

Uma das desvantagens de ficar sem emprego é perder o bom plano de saúde que a empresa oferecia. Não costumo ficar mais muito doente depois que parei de fumar, então o SUS, parece, vai dar conta do recado por enquanto.
O problema é meu oftalmologista. Gente fina. Demorei anos pra achar um bom, e como ele fica na região de São Paulo onde o metrô tem ar condicionado e gente bonita, imagina o preço da consulta particular. Fudeu.
Mas o que eu sempre gostei nele é o fato da sua voz ser baixa e calma. Tão baixa que eu precisava me concentrar pra ouvir uma frase completa.

Gente agitada e que fala alto? Tô fora. Não sou rockeiro e só tomo pingado.

Hoje fui fazer meu exame demissional e achei meu segundo amor na medicina. Tomara que ele atenda particular...

Doutor Japonês: renan henrique.
Silêncio na sala.
Doutor Japonês: renan henrique!
Renan Henrique: Oi? Eu!
DJ: pode entrar.
RH: Tudo bem, cara?
DJ: ....
RH: Tudo bem, Doutor?
DJ: sim! alguma doença?
Rh: Oi? Não ouvi...
DJ: alguma doença?!?
RH: Ahhh... Não não.
DJ: Acidente de trabalho?
RH: Quê?
DJ: acidente de trabalho?!?
RH: Ahhh... Não não.
Nessa hora puxei a cadeira pra mais perto dele.
DJ: vou tirar sua pressão.
RH: Oi?
Ele não disse nada e veio com a bombinha medir minha pressão.
DJ: 13 por 8!
RH: E isso é bom?
DJ: é normal.
Rh: Não entendi.
DJ: assine aqui. uma via é sua e a outra fica comigo. (Isso eu entendi pois um dos papeis assinado foi meio que jogado no meu colo)
Ele se levantou e abriu a porta.
RH: Tchau, doutor. Muito obrigado.
DJ: até logo.
RH: Hã?
Porta: Pá!!!!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Férias

“... e converter-me de novo no mais limitado de todos os especialistas, o “homem bem informado”. Isto não é apenas um epigrama: pode-se ver muito melhor a vida observando-a de uma única janela.” - O Grande Gatsby

Eu tenho duas janelas para escolher. Da janela do meu quarto eu vejo o Playcenter. Da janela da sala, tirando os prédios da frente, eu vejo meu antigo trabalho.
Antigo a partir de hoje.
Adeus Editora Escala... Que o espírito do Velho Bloch proteja meus ex colegas de trabalho (que estarão bloqueados no msn por tempo inderteminado, aliás.).
Três anos de vida no escritório. Três anos pensando em permutas, eventos e formas de suicídio e/ou assassinato em massa...
Agora eu, por mim, particularmente, vou passar um tempo em férias lendo o jornal, vendo tv, visitando o elephant list e pulando na pisicina. Eventualmente vou me preocupar com o futuro, afinal, o fracasso é certo, como sempre nos lembra mestre Woody Allen (em mostra no ccbb até um dia desses de dezembro), mas isso só quando a grana apertar.

Adeus.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Twitter

Depois de ler isso tô pensando em fazer um só pra seguir o Oscar Filho...

Romulo_Dias Ñ sigam o @OscarFilho ele faz piadas com Jesus. E ainda quer respeito! Lamentável atitudes como essa, se ñ acredita, respeite quem acredita!

Dica de Abolafio de Souza & Silva, que no dia do meu aniversário em 2008 afirmou: "A estabilidade da economia, até então, impulsionou as marcas de baixo custo e os preços menores aqueceram as vendas. Com o aumento da renda, o brasileiro também vem acrescentando itens em seu consumo"

domingo, 15 de novembro de 2009

Projeto SESC - penúltima desculpa artística

Ah, nada como o dia todo sem fazer nada, certo?
Não sei. O aviso prévio tá sendo pior do que ser gado de 09h às 17hs.
Mas, como dia 26 estarei de sunga, tanto faz...

Quem não para de trabalhar é meu querido amigo Bubu (Bruno Oliveira) no seu ateliê de nome estranho (11:11).




Fui outro dia conferir minhas encomendas e como funcionava a mente criativa de um artista.


Retrato de um artista quando tecnológico

Os quadros pintados das minhas fotos de pinturas estão quase prontos.
As impressões das fotos das pinturas no papel com textura de tela também.

Estou confuso com tanta "metalinguagem" como dizem os frescos, mas feliz por estar quase terminando tudo e, principalmente, pela colaboração do meu amigo de milanos no projeto.
Bruninho, Bruno Oliveira ou apenas Bubu tomou a primeira, e acredito que única, multa do condomínio PS por ficar pelado no parquinho. Também nunca tinha visto alguém colocar uma caneta marca texto entre as nádegas e sair gritando que era um vagalume. Criativo e charmoso desde jovem, Bruinho não queria mais ficar com uma garota x, e se saiu com o melhor fora da história da humanidade: "Olha, querida, não podemos mais ficar por que eu nunca mais vou sair de casa."
Enfim, fui seu bicho na faculdade. A fama de maluco do Bubu já era grande por lá quando entrei. Por exemplo; durante uma discussão em sala de aula sobre o uso de trilhas sonoras em filmes de arte, não concordando com a opinião de um colega, homem de vanguarda que é, Bruno Oliveira simplesmente tirou o próprio tênis e o atirou na direção do argumentador.
Jóia.
Ainda bem que ele gasta essa energia toda pintando agora.

Pronto, divulguei seu trabalho e puxei o saco. Os quadros tão pagos. Viva o Jabá!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

The good, the bad and the ugly

"Eu que o encontre na rua, porque não tenho medo de ninguém. Tenho 67 anos e, se encontrar o Simon na rua, eu dou um tapas nesse vagabundo."

Clint Eastwood é o caralho, meu nome é Beluzzo, porra.

Depois de ler a entrevista de hoje do Belluzzo sobre a arbitragem no jogo de ontem - jogo medíocre que o Palmeiras não merecia ganhar nem com Simon e nem sem Simon - e, principalmente depois de ler e ouvir comentários, de "profissionais de crítica" ou não, sobre o porquê do Presidente não poder falar desse jeito, que a violência não resolve nada, etc., me lembrei de uma história de quando eu estagiava na subprefeitura de Pirituba/Jaraguá/Parque São Domingos nos idos de sei lá que começo de século. 2004 ou 2005, talvez.
Era um estágio de assessor de imprensa que não me perguntem como consegui, mas trabalho dado de favor a gente aceita, ainda mais quando arruma namorada e tem que sustentar a pinga dos dois.
Bom, algumas partes daquela região da zona oeste são um buraco sem fundo e sem asfalto. Coisa feia mesmo. Aldeias rivais de índios, histórias de estupro em estação de trem, assassinato de esposa por marido cachaçado e por aí vai. Era bacana andar por lá com os fones de ouvido tocando as trilhas do Ennio Morricone.
Era época de Marta Suplicy. O populismo andava a solta na região. Os cargos de confiança da subprefeitura eram preenchidos por homens rudes que ajudaram a fundar o partido dos trabalhadores. Todos barbudos e com aquele característico sotaque de falta de plural.
Enfim, o trabalho era simples; enrolar os estudantes de jornalismo da Cásper Líbero, responder e-mails para jornais de bairro, acompanhar a mãe do Supla em suas viagens a periferia da cidade e, eventualmente, visitar alguma obra pra tirar fotos e publicar no site da prefeitura.
Tudo ia bem na maior parte do tempo. Os funcionários públicos falavam mal dos cargos de confiança que falavam mal dos munícipes que falavam mal de tudo para o atendimento da subprefeitura.
Vez por outra a coisa inflamava... Mas, quase sempre, era controlada pelo próprio atendimento ou por uma entrevista do subprefeito Sr. Givaldo (um cara bem gente fina, aliás) para o SPTV.
Quase sempre.
Eu fiquei por lá cerca de 8 meses e só uma vez vi a coisa pegar fogo.
Cerca de vinte moradores foram reclamar de um buraco em uma rua x que já tinha causado diversos acidentes. Acho que até uma morte por atropelamento, se não me engano.
Bom, como já disse, foram lá reclamar, mas deram com a cara no portão.
"Ninguém pode reclamar assim, cara a cara. Entra na internet e manda isso pelo portal da subprefeitura. Não tem internet? Use o tele atendimento. Já fizeram isso? Quantas vezes? Não existe só a rua de vocês no bairro, minha senhora. Esse é um lugar cheio de problemas. Vamos resolver assim que possível. Podem chamar o SPTV."
Bom, lá se foram os cães arrependidos?
Bobagem.
De repente chegam uns cinco caras com facões levantados e gritando que se o subprefeito saísse de lá iam cortar o pescoço dele ou alguma açougueirice (?) assim.
No dia seguinte o buraco estava tapado...

O caso é outro, é claro, mas violência não resolve?
Sei...

sábado, 7 de novembro de 2009

Um homem em aviso prévio

"O último que se pôs a caminho foi o vento Aracati:
- Cortou uns talos de chuva
Com eles fez uma flauta E se foi, tocando e dançando,
E se foi pela estrada de Goiana."
(????)


Aaaaaaaaaaahhhhh... que gostoso.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

A invenção de um Mundo

Sábado de sol. Segunda é feriado. Opa! São Paulo vira uma cidade quase fantasma e agradável. Bom pra curtir um parque, fazer exercício, respirar ar puro, pegar travestis sem ser reconhecido...
Gente, isso é mentira do SPTV. Nem com 3 bombas atômicas essa porra desentope mais.
Av. Paulista. Tudo lotado. Bares cheios de jovens bonitos, calçadas cheias de skatistas, Parque Trianon cheio de homossexuais, e eu cheio de preconceitos, mas politicamente correto. Parece um dia qualquer, na verdade.
Existe um oásis de calmaria no meio da zona. Um lugar onde pouca gente se atreve a ir num dia lindo. Um lugar onde nada é permitido e a torneira do banheiro solta um jato desgraçado de forte que molha toda a sua camiseta na hora de lavar as mãos.
Esse lugar é o ITAÚ CULTURAL. (som de trombetas angelicais)
Recusei umas cervejas na casa de um camarada pra ver a mostra de fotografias "A invenção de um Mundo". Errei? Errei, é claro.
A mostra tem tudo o que a gente já sabe que vai encontrar. Texto sem sentido dos curadores (algo relacionado com o espaço-tempo ou qualquer coisa desse tipo), monitores com cara de tédio, visitantes sussurrando, seguranças te seguindo, enfim, nenhuma novidade.
Fotografias. É verdade. Tinha também.
Comecei pelo andar mais baixo de três. Aprendi a fazer isso depois de algum tempo. Três andares? É claro que vai ter muito porcaria, e o melhor, quase sempre, fica no começo da exposição, ou seja, no andar mais alto. Ver coisa boa no começo e ruim no final é meio frustrante. Então inverter essa ordem zzzZZZzzzZZZzzz
Ai, meu jesus, quantas justificativas pra não se arrepender sobre as cervejas...
Surpreendentemente, o andar mais baixo estava bom. Muito bom. Trabalhos do Jan Saudek ao lado dos trabalhos do Paolo Ventura. Alguém conhece esses caras? Eu também não conhecia. E é pra isso que eu saio de casa, aliás. Para conhecer coisa nova. Isso faz bem, né, bicho.
Geralmente eu anoto os nomes que marcam mais. Vou pra casa e pesquiso sobre os caras.
Tenho só esses dois nomes pra fazer isso dessa vez. Vi mais artistas bons, mas não pude anotar os seus nomes. Não pode usar caneta dentro das salas da exposição.
Hã?
Vou repetir: Você não pode usar a porra de uma caneta para escrever em uma merda de um papel dentro das salas do Itaú Cultural.
Oi?
Peraí, eu não posso usar uma caneta dentro da exposição? Não!
!
Uma caneta.
?

Espero que a exposição pegue fogo.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Por que as mulheres são tão tristes?

Já conheci algumas feministas. Dessas que não fazem mal pra ninguém. Gritam, gritam e... enfim, gritam.
Ouvi dizer que existem as Barras bravas. Violentas. Gritam, gritam e, sei lá eu, devem até bater nuns machos, mas essas eu nunca conheci ao vivo. Até gostaria.
Mas, na moral, os tempos são outros e a honestidade é um item fora de catálogo.
Qual o nível de coragem dessa mulher? Desse monumento chamado Cláudia:

"O ano em que a redatora de televisão carioca Claudia Valli nasceu, 1963, foi marcado pelo lançamento de A mística feminina. O livro históricor de Betty Friedan alardeava a frustração feminina por ter apenas os papéis de esposa e mãe e foi um marco no movimento pela emancipação das mulheres. Hoje, prestes a completar 46 anos, Claudia olha sua própria vida e questiona essas conquistas. Ela trabalha oito horas por dia e administra a casa onde mora com os três filhos – um casal de adolescentes, de seu primeiro casamento, e um menino de 9 anos, do segundo. Tem empregada apenas duas vezes por semana e uma ajuda “relativa” dos ex-maridos. Raramente dorme mais que quatro horas por noite, já que muitas vezes precisa adiantar trabalho de madrugada, além de monitorar o caçula, que é diabético. Na mesa de cabeceira da cama, uma pilha de livros comprados e não lidos. Na mente, a preocupação com os quilos a mais e a falta de tempo para fazer qualquer tipo de exercício. Claudia está sozinha desde a última separação, há cinco anos, e diz que um namorado, agora, seria mais um motivo de estresse. “A emancipação feminina é como um contrato que foi assinado sem ter sido lido direito e que agora precisa ser renegociado”, diz ela. “A vida tornou-se um show que não pode parar.” Antes de dar entrevista a ÉPOCA, Claudia passou no supermercado para comprar pão, leite e banana. Depois de feitas as fotografias, preocupou-se em não parecer mais velha
do que é: “Dá para melhorar com Photoshop?”. "

Cláudia. Claudinha. Cláudia, minha flor. Sem palavras. Eu te amo! Do fundo do coração.

Ps; Leiam rápido, pelo amor de são bartolomeu, antes que tirem do ar, o primeiro e terceiro comentários para essa matéria. Uma grande demonstração de força argumentativa tanto do lado masculino quanto do feminino.

Comentário 1: "ACHO QUE OS VIBRADORES NAO ESTÃO MAIS SENDO FABRICADOS COMO ANTES, POIS AS MULHERES ESTAO PREFERINDO AS CENOURAS, TENHO CERTEZA QUE UM DOS MOTIVOS DA INSATISFACAO FEMININA É PORQUE A MAIORIA SOH QUER SABER DE DAR E DP FICAM CUIDANDO DOS FILHOS, ISSO ACONTECE..."

Comentário 3: "A mulher nasceu para estar com a mulher. Vocês precisam de homens porque não sabem copular com as suas amigas. Além de sujos, peludos e incapazes na cama, os homens são feios! Dão nojo..."

domingo, 25 de outubro de 2009

Luar na laje

Sábado. 5h30.
Depois de uma noite de vitórias épicas no pebolim do barba, cheguei em casa cansado e sem conseguir enxergar direito a fechadura.
Ritual de sempre: Cozinha, água, engov, banheiro, mijo, água na cara, quarto e cama.
"Peraí. Que porra é essa em cima da cama, Gezuis?"
Era um envelope com a imagem de uma lua psicodélica colada nele.
10 segundos até entender a situação.
(.....................................)
Ai, caralho. O segundo livro que eu pedi no Luar na laje. O Senhor das moscas.
Joguei o envelope no chão.

Sábado. 13h30.
Depois de uma manhã de sonhos épicos com o pebolim do barba, acordei na minha cama com a cabeça estourando.
Ritual de sempre: Abre os olhos, fecha os olhos, se arrepende de estar vivo, gole de água, olha as horas, levanta pra mijar.
"Peraí. Que porra é essa no chão, Jesus?"
Era um envelope com a imagem de uma lua psicodélica colada nele.
10 segundos até entender a situação.
(.....................................)
Ai, caralho. O segundo livro que eu pedi no Luar na laje. O Senhor das moscas.
Joguei o envelope no cama.

Amanhã começo a ler.

Projeto Sesc - o quase final

Querido diário,

Semana cheia. Afinal, não é todo dia que se faz 25 anos...
Comecei um curso novo, pra variar. Fotografia de retratos. Talvez eu me aposente depois desse.

Estou procurando um pintor para incluir no meu projeto do SESC. Ele pintaria algumas das fotografias. Assim, na apresentação, as fotos e os quadros ficariam intercalados. O antropólogo Abolafio de Souza e Silva está desenvolvendo um texto cheios de justificativas pra mim. Algo em torno da metalinguagem do quadro pintado a partir da fotografia do quadro. Qualquer merda desse tipo serve.
(Para mais justificativas furadas de Abolafio SS clique aqui e vá ao 3° parágrafo. Aqui também tem ele falando ao Jornal Cana sobre o açúcar)
É claro que vou pedir para o pintor trabalhar nas fotos que eu menos gosto. O critério é o mais simples possível.
Se eu não morrer antes, é bem provável que eu termine esse projeto. O que seria, se não me engano, uma coisa inédita.
Ah, a idade. Ela chega um dia, crianças. E com ela também nos tornamos mais centrados, mais calmos e planejados.
Falta um mês pra entregar tudo. Agora tenho que decidir o tamanho das ampliações, pra poder comprar as telas e encomendar as pinturas.
O mundo gira e a Lusitana roda.

Essa é a sala da casa do Doda. Passei bons dias da minha juventude aí. Era cerveja, lanche de peito de perú com queijo e sessão da tarde todo dia. Oh, Classe Média, eu lhe imploro, domine o mundo. Transforme todos os jovens humanos em seres flácidos e egoístas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Van Gogh de auto ajuda

Tem esse site aqui com todas as cartas que o Van Gogh escreveu pro irmão, pros amigos, pros amigos artistas, enfim, pras putas que os pariram de quatro...

Tradução, quadros de referências, facsimiles, notas de rodapé etc, tem tudo lá. Tudo. É incrível.

O tabalho tá chato? A vida tá dura? Siga os conselhos do doidinho: "Theo, I must again recommend that you start smoking a pipe. It does you a lot of good when you’re out of spirits, as I quite often am nowadays."

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MSN

Todo dia uma ou duas frases para você colocar no seu nick do MSN.
Pegue. É de graça.

"fds ubatuba. muito loco com vc. auhauhahuahuahu"
"Quem tem limite é município"

Frases quase 100% verídicas.
Colhidas diretamente do pé por Márcio Veiga.

sábado, 17 de outubro de 2009

Terry Richardson

Terry Richardson
Tem algo de ridículo no Terry Richardson... Não sei se por causa dos óculos ou do segundo nome de jogador de futebol...



...mas alguma coisa me enche o saco vendo as fotos dele.
No site você acha imagens dos jackasses, do Rio de Janeiro (com o Cauã Raimond de bigodinho), mulheres se beijando, homens vomitando, atores famosos, da Amy Winehouse encoxando uma galinha, da mãe dele e até do Obama.
São milhões de imagens. Algumas são boas. Mas, porra, se eu tirar 1.000 fotos, 10 devem sair da hora também, né.
A técnica para as fotos: Snapshot.
Ai, Crispim Misericórdia, os termos. Os termos...
Bom, ele pega a câmera dele e mira na cara das pessoas. O que saiu, saiu. Se ficou bom ele coloca no site e vende caro. Se ficou ruim ninguém nunca vai ver.
E qualquer foto de famoso vende, na moral.
Tem um tchan "anárquico" no trabalho do Richardson. Mesmo sendo fácil construir isso numa casa qualquer cheia de gente e álcool, no caso dele parece ser uma coisa espontânea. Ele está inserido naquilo, e as pessoas da rodinha confiam nele. Aquele parece ser mesmo o mundo de Terry. Não é um fotógrafo que, assim, de repente, depois de uma noite cheia de sonhos divinos, resolve que vai sair do seu apartamento paulistano, morar por um mês numa comunidade ribeirinha e fotografar os pobres e suas manias, fazer um estudo sobre isso e mudar alguma coisa no mundo.
Quer ser egoísta? Seja no seu próprio ambiente, cara.
Mas, enfim, alguém paga pelo trabalho e o Richardson faz. E ainda parece se divertir com isso.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Caminhos e Escolhas

Eu sou um cara frustrado. Somos todos, certo?
Nem vale a pena enumerar as minhas frustrações aqui. São muitas. Elas vão desde tamanho de pênis até o fato de não saber arrotar, e passam pela questão do meu emprego chato até voltar ao tamanho do meu pau. É cíclico. Tô tranquilo com isso.

"Mas, Renan, o que faz você feliz?"

Bom, Tio Abílio, eu gosto de ver filmes, fazer sexo, fazer fotos, fazer fotos enquanto faço sexo, ler livros e chupar bala de canela, entre outras traquinagens.

Talvez, um dia, quem sabe, tudo isso me dê "algo mais" do que miopia, gastrite e DST.
É óbvio que esse "algo mais" é dinheiro. Mas, se não der, tudo bem. A frustração é pequena quanto a isso. De um jeito ou de outro vou continuar fazendo.

A maravilhosa internet (www = what a wonderful world), junta um mundão de gente. Juntaria mais ainda se o acesso na China fosse todo liberado. E esse mundão de gente tem opinião. Muita gente e muita opinião é igual a muita bosta.
No meio desse toroço gigante, alguns grãos de milho são comestíveis ainda. Mas é claro que cada um tem o seu gosto pessoal, e nem todos gostam de milho.

Pra mim, um desses pontos amarelos é o Seja. Sinta. Saiba.
Leio dois blogues que falam, entre outras coisas, sobre literatura e livros. O SSS é um e o do Sérgio Rodrigues é outro. Os dois são simples, diretos e honestos.
O do Sérgio Rodrigues, às vezes nem tanto, mas foda-se.
Eu não acredito no sublime mundo da literatura, da cultura e das artes em geral. Essas coisas te ajudam na vida, mas um título da Libertadores te dá muito mais felicidade; acredite em mim, pobre corintiano.

Entrei no SSS dia desses e tinha , com outros adendos, o texto sobre a Invenção de Morel que eu escrevi aqui.
Jóia. Uma frustração a menos.

Achando pêlo em ovo

Tá no horóscopo: A partir de hoje a Lua inicia seu trajeto mensal em seu signo, agora duplicando o poder de mudança interior que vem do Sol. Conecte-se com suas antenas interiores, sinta-se, ouça seu ritmo próprio e tente andar dentro dele. Cuide do organismo e seja um pouco mais egoísta.

Projeto SESC
Semana: 8
Conclusões: Quase nenhuma

A ideia de colocar o audio com os depoimentos caiu. Caiu grandão. Alguns motivos são concretos, outros nem tanto. Vamos a eles:

Gravação de voz com esses gravadores portáteis é foda, todo mundo fica parecendo o Pato Donald.
Ademais não acrescentava nada pra foto, e pode direcionar o olhar de quem tá - dã - vendo. Nem queria isso.
Outra que o projeto vai ser apresentado ao vivo e depois, muito provavelmente, entrará numa caixa especial, guardada com muito carinho e sílica gel, na última gaveta do meu armário. Não vai pra internet. Pelo menos não dessa maneira que eu já comentei aqui, meu nêgo.

Como agora ficaram apenas as imagens, a imaginação de quem vê a foto pode, enfim, voar pra longe. De preferência pra beeeem longe. Quanto mais longe de mim, aliás, melhor.

A dificuldade entra aqui: Tirar fotos boas o suficiente, com todos os detalhes que eu quero, é um problema meu, por falta de técnica, e do equipamento que eu tenho (que é um problema meu de falta de dinheiro também). A lente 18-55mm que vem já com a Canon xs é uma bosta. Os detalhes ficam sem nitidez e as cores bem meia boca. Os tons de rosa, por exemplo, ficam todos parecendo geléia de mocotó. Mas é a única grande angular que eu tenho. Com a 50mm (melhor custo benefício da Canon. 300 dólares brasileiros) não dá, pois fico sem recuo nos ambientes.

Usar o tripé ia ajudar etc. Mas como andar com um tripé por aí? Podia pedir conselhos pro hómi , mas como Deus não me deu esse talento, vou continuar com a câmera na mão mesmo.

Mesmo assim, analisando as imagens com os coleguinhas do SESC, deu pra perceber o óbvio: Os cacarecos e a disposição deles nos ambientes, diz quase tudo sobre a personalidade da pessoa que é "dona" daquele lugar.
Tá, é óbvio se você olhar a foto de um quarto ou sala que você conhece. Caso contrário, cara, é difícil tirar o olho do umbigo e reparar no outro através de objetos. E o que é difícil a gente pula fora em 5 minutos.
De novo: Quem tem tempo pra isso?

A coisa fez uma curva nos últimos tempos. O foco era pra ser os quadros. Nem é mais. Eles servem só de desculpa para fotografar os ambientes. São o ponto que liga uma foto na outra, mas não me interessa mais saber quem pintou, porque pintou, quando foi colocado ali patati patatá. O próximo passo deve ser fotografar em casas que eu não conheço ninguém, ou que eu conheço mas nunca entrei na casa; tipo meu zelador Zilmar, pai de Marlúcio. Mas tem que ter o porra de um quadro qualquer.

A foto abaixo foi tirada na sala da casa de Rodrigo Gracinha Garcia.


Essa outra é do quarto do Sr. Carlos Butterfly.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A invenção de Morel

A Invenção de Morel, do Adolfo Bioy Casares, não parecia ser um livro promissor. Ganhei ele emprestado há uns trezentos anos: "Lê. É muito foda! Depois você me devolve, cara." Ninguém empresta livro por tempo indeterminado de graça.
Hipótese 1: O livro tava macumbado.
Hipótese 2: O livro é ruim e a pessoa não quer mais ver ele na frente pra não passar nervoso.
Joguei ele num canto: "Vou ler quando terminar a Veja que roubei do dentista."

Dias atrás fui ao dentista novamente e lembrei dele.

Revirei as tralhas no armário, encontrei o dito, tirei a poeira de cima da capa (importante pra quem tem sinusite) e comecei a ler o prefácio: blablabla blablabla blablabla o livro é perfeito. Ass: Borges (Amigo do autor).

E lá vamos nós! Ass: Bruxa do Pica-Pau.

Mundo mundo vasto mundo
se meu nome fosse Borges
não seria uma rima
mas venderia livro argentino pra caralho

Procurei outras referências no google. Não tenho opinião própria.
Filme baseado no livro: O ano passado em Mariembad. Diretor: Alan Resnais.

Porra! Agora sim.

O enredo é simples: Um homem x foi condenado pra sempre por um motivo y e foge para uma ilha z. Na ilha ele está seguro. Ninguém vai atrás dele, pois tem toda uma lenda sobre uma maldição/praga no lugar. A coisa segue meio tranquila até que ele descobre que tem gente lá também. Vai investigar. Parece que ninguém consegue vê-lo. Pois é... Mas ele se apaixona por uma das mulheres e vai atrás dela. Depois ele descobre o porquê de ninguém sentir a presença dele.

No meio do livro aparece a descrição de uma máquina do futuro; mistura de televisão com vitrola... Esse trambolho é a chave de tudo.

Viagem. Muita viagem. Mas uma das boas.

Ontem, no metrô, meu lugar favorito para flertes, uma morena linda de olhos azuis entrou no vagão e ficou em pé ao meu lado. Olhei uma vez, ela olhou de volta, olhei o livro, ele olhou de volta... Fiquei com o Morel.
Bicha!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

See you in hell, Robert Polidori


O Museu da Casa Brasileira é um lugar Sui Generis, como diriam os próprios frequentadores do local. Em um ambiente limpo e agradável, pessoas sem pêlos e cheias de feomelanina e dinheiro, almoçam ao som de jazz e risadinhas abafadas. Mas a gente não quer só comida...
Além do restaurante, o MCB possui também abre aspas Um amplo jardim com mais de 6.000 m² e cerca de 200 espécies de árvores brasileiras, que se destaca entre a densa massa de concreto da região fecha aspas.
Foda-se.
Fui lá para ver a exposição do Robert Polidori, ou tentar roubar alguma colher de prata, e não para conferir os abre aspas novamente incríveis exemplares do mobiliário dos séculos XVII ao XXI fecha aspas novamente.
Antes disso resolvi dar um passeio no jardim, ao lado do restaurante, com minha amiga Elaine. Era um belo dia de sol e tinha umas artes que a gente podia encostar; coisa rara.
De longe vem um bêbado trajando uma camiseta do Metallica. De perto ele começa a falar comigo sobre um show do AC/DC. Nada contra os bêbados - sou um deles - mas eles cospem quando falam e eu gosto de cerveja e não perdigotos. Pedi para ele parar de cuspir em mim e aticei sua ira metaleira "Você que tá perto demais, seu retardado. See you in hell, seu retardado. Acha que você é bom e eu não, seu retardado?" E lá foi ele achando que eu era um inimigo seu que eu não sou.


Separar a biografia de um autor da sua obra é uma tarefa inglória para um cara cheio de preconceitos, mas aprendi a fazer isso depois de assistir Pindorama do Arnaldo Jabor.
Sempre com opiniões furadas do tipo "This sounds very simple, but I think that photographs should be taken of still things; cinematography must be taken of moving things. It’s hard to say it’s an absolute truth, it’s a relative truth. There are exceptions", Robert Polidori faz o tipo artista blasé. Meio fora de moda, mas ainda com um certo apelo.
Tenho uma pastinha no computador com umas fotos dele. Sabe, aquela coisa em baixa qualidade que temos que grudar a cara na tela brilhante pra ver direito e imaginar como deve ser lindo ver uma ampliação bem feita daquilo.
A exposição no MCB possui 39 fotografias distribuídas por subtemas; Nova Orleans depois do Katrina; apartamentos de Nova Iorque saqueados pro grupos que roubavam tudo da casa quando o morador, geralmente um idoso, morria; Chernobyl uns anos depois de tudo ficar meio roxo; Havana, poucos anos atrás, quando o vermelho desbotou; Beirute cheia de buracos de bala. Mas o conjunto todo forma um tema consistente: As construções humanas apodrecendo. Lindo!
São cenas de ambientes degradados, tanto externa como internamente. Isso passa uma sensação ruim no começo. Dá pra sacar que quem viveu por ali, menos no caso cubano, sofreu bastante e perdeu muita coisa. Pescar isso através das paredes descascadas, dos móveis podres, e da falta de gente não é difícil, mas precisa de um certo tempo pra se acostumar. Seria fácil deixar tudo em P&B com um negro de rosto marcado e cara de fome ou um árabe barbudo com rosto choroso pedindo perdão pra Alá, pra mostrar como o mundo é uma bosta. Fazer isso com fotos lindas e coloridas é fudido e oferece uma leitura alternativa pra esse mundo jornalistico e óbvio.
Ponto pro chatão.
O cara só fotografa em grande formato e com um filme feito especialmente pra ele. Se o resultado fosse ruim, ele deveria virar um travesti ou arrumar qualquer outra profissão, mas graças a Deus ele é bom. Dá pra ficar olhando por dez anos cada imagem e sempre descobrir um detalhe que você não tinha visto.
Mas quem tem dez anos pra fazer isso? Aliás, quem quer ficar dez anos fazendo isso?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(No começo era o erro)

O projeto tá indo. Meio parado ainda, mas indo.
O próximo passo é colocar, de alguma forma, a conversa que eu gravo com as pessoas enquanto tiro as fotografias dos quadros.
Como? Não sei ainda.
Talvez nem tenha isso no final.

Outro dia espalhei pelo chão as fotos feitas e liguei o gravador. Ouvi tudo, vi tudo e... nada. Uma coisa não completa a outra (o que nem é a intenção mesmo) e nem acrescenta (o que talvez fosse a intenção original).

Mas percebi coisas nas últimas "sessões";

Sobre o áudio: Pouca gente fica confortável sendo fotografada. Menos ainda quando sabe que o que fala está sendo gravado. A fala fica pouco natural. Compreensível, né.
Gravei minha mãe, que não sabia de nada quando apertei o rec, e parece ser a única que falou naturalmente. Se soubesse que "aquilo" na minha mão era um gravador - acho eu - ficaria com a voz mais fina que o normal.
(Lição de casa: Estudar a razão da voz fina em pessoas constrangidas.)

Sobre as fotos: Estudos sociológicos eu deixo pro Abolafio de Souza e Silva, grande teórico Pombalino/Casaverdiano...


...e conclusões eu não tenho, graças a jeová, mas de todos os quadros fotografados apenas dois estão pendurados na sala: Vó do Botas e Vó Romilda. O resto está nos quartos (ou "quartinhos criativos" no caso do Pudim) de -pigarro- jovens que moram com os pais ainda (menos o Pudim, sempre o Pudim).

Outra coisa é que esses pigarros sempre estavam no computador ou vendo televisão enquanto eu fotografava.



Gosto muito de paredes. A da casa da minha vó e da Elange são as prediletas até agora...


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Luar na Laje

Esse link (clica, fío) te leva ao Luar na laje. Um projeto? Uma biblioteca? Sei lá... Mas é uma ideia muito boa.
Lá no blog você consegue entender bem como a coisa funciona.
E funciona.
Pedi um livro (Medo e submissão da Amelie Nothomb), a coisa chegou na minha casa, li o bagulho e enviei o negócio de volta. Fácil, né? Se a vida fosse só isso eu nem reclamava. Mentira!
Escrevi sobre essa experiência. Quer dizer, mais ou menos sobre...
O texto tá lá (clica agora, fío), mas tá aqui também.


Comecei a ler livros quando já não era um jovenzinho.
Antes disso eu tinha outros interesses. A gente sempre tem outros interesses...
Entrei na faculdade de rádio e tv para, sem culpa e finalmente, fazer aquilo que mais gostava: assistir filmes o dia todo.
Uma bela descoberta dessa época foram o centros culturais bancados pelos... hã... Bancos.
Dedução de impostos, pão, circo e cinema de graça. Para quem não tinha emprego e dinheiro era o paraíso.
Entre uma sessão e outra, e entre o caminho da faculdade pro cinema e do cinema pra casa, eu tinha que matar o tempo pra ele não me matar, como dizia o outro.
O que fazer?
Fui atrás de livros na biblioteca da faculdade.
"Bukowski, que bacana, belo nome. Quem traduziu isso aqui? Leminski? Puta que pariu, esse cara é brasileiro? É escritor também? Vou ler. Que outras coisas ele traduziu? Beckett? Hahaha. Que sem graça ter esse meu nome de classe média branca."
Os nomes dos autores e tradutores eram lindos, mas descobri que aquilo que eles escreviam era ainda mais.
Depois de uns meses, a parte mais interessante dos meus dias desinteressantes era o caminho entre um lugar e outro.
Eu parava no meio da rua ou estação de metrô para ler o restante de um capítulo, e não era raro me atrasar pra faculdade ou perder o começo de um filme por causa disso.
Na hora de voltar para casa, o Morro Grande já não era suficiente. 15 minutos? O que dava pra ler nesse tempo? O Brasilândia, 25 minutos, era bom no começo, mas ficou insuficiente. Pronto! O Parque Edu Chaves dava duas voltas na Barra Funda e fazia a viagem durar 35/40 minutos.

O tempo passa, o tempo voa. A faculdade acabou e o sonho também...

Tchau tchau biblioteca, bora começar a trabalhar.
Miou um pouco meu projeto de ler o dia todo.

Pedi o Medo e Submissão no Luar na Laje assim que descobri a biblioteca.
Mas o livro é bom? Pô, é fudido de bom, mas bom mesmo, pra mim, foi ler novamente no ônibus um livro emprestado por uma biblioteca, com prazo de devolução e os caralhos.
Ler os livros que você compra e vai ter pra sempre te deixa meio preguiçoso.

Quando faltavam umas dez páginas para terminar o livro da Nothomb, o ônibus chegou no ponto final. Eu poderia andar uns quinhentos passos e terminar de ler em casa, ou poderia sentar ali mesmo na calçada, às dez da noite de uma segunda-feira, e voltar uns cinco anos de vida atrás. Voltei pra casa. Tô ficando velho mesmo.

Cony

A Folha de São Paulo chega todo dia em casa. E o pior é que eu pago por isso.
Toda sexta tem a coluna do Cony na Ilustrada. Toda sexta eu leio a coluna do Cony.
A matemática é quase essa: De 10 colunas que ele escreve, 9 são de um blablablá modorrento. Mas quando ele acerta uma...

"Então vim embora, sentindo na garganta uma coisa amarga que me faz ainda ter vergonha de mim mesmo e, ao mesmo tempo, sentir uma impotente inveja das coisas que podem acontecer com os outros, tornando-me cúmplice e vítima de um mundo que eu não condeno, apesar de não amá-lo."

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Luiz Braga

Enche um pouco o saco, às vezes, ver tanta foto P&B. Quem nega que elas são lindas? Acho que ninguém. Mas conheço muita gente que torce o nariz para fotos coloridas...
Até dá pra entender, pois neguinho lasca a mão no photoshop com mais facilidade em fotos coloridas do que em P&B. Dá margem pr´aquela eterna discussão chata pra dedéu sobre o exagero dos tratamentos nas imagens. O que pode? O que não pode? Ser ou não ser? Should i stay or should i go? As eternas perguntas sem respostas...

Já vivi uma época em que só gostava de tons de cinza; essa coisa meio daltônica.

Fui na Pinacoteca uma vez ver umas fotografias e algumas cocotas intelectuais. Entrei na sala e uma luz colorida me chamou lá do outro lado... Fui meio sugado mesmo. Da hora! Um monte de ampliações gigantes e coloridas. Mas eram as cores mais bonitas que eu já tinha visto em fotografias. O verde não era só verde; era uma coisa meio marciana. O vermelho na verdade é que era meio marciano...
Resumindo, pra mim era uma coisa de outro planeta mesmo. Há!
Até o amarelo era bonito, e eu sempre odiei amarelo.
Fiquei vendo aquelas fotos por muito tempo. Muito mesmo. Não eram apenas as cores. As situações, os movimentos das pessoas retratadas, o cerumano lindo e moreno e essas coisas todas me davam uma sensação das mais incríveis. Era pura vida.
Ui!
Anotei o nome do fotógrafo e saí achando que tinha descoberto um gênio.
Pesquisei na internet e descobri que ele já era bem famoso. Não precisava da minha chancela. Sorte dele. E minha, que me toquei que ainda não conheço nada de fotografia.



Luiz Braga é tão impressionante que perde a graça ver pela internet. Mas, enfim, é assim que dá pra ver todo dia se você não tem dinheiro pra comprar uma foto dele.
E vale a pena ver todo dia uma fotografia dele.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Bryan, the Adams

Alpha fm, 28/09/09, 09h17.

Oh
You've got to give her some faith, hold her tight
A little tenderness, you gotta treat her right
She will be there for you, takin' good care of you
You really gotta love your woman, ya
And when you find yourself lyin' helpless in her arms
You know you really love a woman

Bryan! Bryan! Bryan!

domingo, 27 de setembro de 2009

...

O ARTISTA INCONFESSÁVEL
João Cabral de Melo Neto

Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil do que não fazer, e dificilmente
se poderá dizer com mais desdém,
ou então dizer mais direto ao leitor Ninguém
que o feito o foi para ninguém.

Ui!
E tenta escrever alguma coisa em cima disso, bonitão.

sábado, 26 de setembro de 2009

VIRADA RUSSA


"Tratava-se de subtrair tudo o que naturalizara nossas formas de ver e de organizar o visível. O que aparecia ao final desta substração era o sistema elementar de constituição da representação, que enfim podia ser problematizado."
Vladimir Safatle - especial para a folha
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Cabulei o trampo dia desses. Estou, como dizem, forçando uma situação.
Mas não fiz isso pra ficar dormindo em casa. Também não foi pra fazer nada. Foi simplesmente para não ir trabalhar.
No meio da tarde deu tédio. Fui então até o ccbb sp (pqp!) pois sabia que na praça da sé sempre tem alguma coisa pra fazer, bêbados pra ver, evangélicos pra rir e putinhas velhas pra todos os gostos.
Não fazia ideia que estava tendo uma exposição lá.
VIRADA RUSSA
Eu adoro os russos; fui conferir.
Entendo picas sobre artes plásticas, mas sei fazer cara de quem entende e matar um tempo como ninguém... por isso passei umas duas horas vendo os quadros e os vídeos.
Fudidos. Muitas cores, muitas histórias e muitas crianças de colégio público gritando ao meu lado.
Diabretes.
Tavam nem aí para a arte, mas foi engraçado quando um moleque falou pro outro: "Duvida eu acender um fósforo aqui?"
Nessa hora a história da arte foi pro caralho.
Por que um moleque de doze anos tinha uma caixa de fósforos no bolso?
Ele não fez a arte dele, o que foi uma pena, e eu fui embora pra casa logo depois.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Morrer deve ser uma merda. Uma hora você tá vivo e na outra acabou a porra toda.
Não acredito em vida após a morte, então pra mim a melhor opção (a única, na verdade) ainda é continuar vivo.

A internet, outra bela invenção dos vivos, deixou o fotojornalismo muito mais bacana(?!?). As histórias podem ser contadas com vídeo, áudio, textos, fotografias e/ou o que você conseguir enfiar no meio.
Acho que existe lugar para tudo.
Numa exposição, em um lugar calmo e cheio de gente com lenço no pescoço e plástica no nariz, consegue-se sustentar uma história somente com fotografias. Dá para montar uma sequência e pequenas legendas para encaixar tudo (folhetinhos também ajudam).
Na internet é foda. Geralmente você vê tudo muito rápido, com seu chefe pedindo coisas pra você, seu cachorro latindo, o futebol rolando na tv, pop ups do elephant list saltando na tela, etc. Então a montagem de um vídeo com as fotos e mais uma narração ajudam. Só as fotos não dá.

O latimes.com é um bom exemplo.

Faz um tempo já que eu vi essa reportagem. Vi o vídeo e depois li a matéria. Me marcou bastante e volto a ela com uma certa frequência. Acho especial tanto pela qualidade das fotografias da Liz O. Baylen (sensíveis até o osso) quanto pelo depoimento do personagem da matéria Edwin Shneidman.
Ele teve uma boa vida e agora está velho. Vai morrer em pouco tempo e sabe disso e não se importa. É natural. É assim que acontece.

Filho da puta! Esse cara me emociona.
O Ariel Sharon ainda está em coma?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

What´s the point?


...então eu abri a porta do quarto da minha mãe e, sem querer, derrubei o quadro no chão. Já o tinha visto, mas nunca havia percebido que ele existia até aquele momento.
Não aconteceu nada com ele na queda. A tela não rasgou... a moldura não lascou... nada. Mas, mesmo se tivesse acontecido algo, muito provavelmente, ninguém ficaria nem um pouco triste. Nem minha mãe, que foi quem ganhou o quadro de presente de uma funcionária.
Nunca tinha ouvido uma palavra sobre esse quadro em casa, e fiquei parado pensando sobre utilidade daquilo.
Nos museus e exposições os quadros servem para alguma coisa. Pelo menos fazem as pessoas saírem de suas casas para irem até a "casa" deles. Aquele que estava na minha casa não servia pra nada. Sem função. Não emocionava. Não prendia minha visão. E até aquele momento não havia levantado nenhum tipo de reflexão de minha parte.
Quadro inútil.
Me deu fome e fui comer.
Anoiteceu e aquilo continuava na minha cabeça.
Era domingo. Melhor pensar na "função da arte", do que no trabalho do dia seguinte.
Alguém tinha posto sua energia pra pintar aquilo. Alguém pensou na minha mãe com carinho. Alguém que eu não sei quem é, e nunca vou saber. Nem me interessa, na verdade.
Mas interessa realmente pra essa pessoa o que minha mãe fez com o quadro, ou ela só queria agradar a chefe pra ganhar um aumento?

Fazer qualquer coisa sempre foi um suplício pra mim. Só descobri o motivo disso depois de ver esse trecho do Annie Hall. Resume todo esse post.
O problema é o universo.

Se não abrir na tela, tenta por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=3Pa34orcwwA


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Bryan Adams III

Segunda-feira, 21/09, 11h55, véspera de primavera...
Alpha fm toca Have you really loved a woman.
Sacanagem... Que sacanagem.

A foto do post não faz parte do projeto. Decidi que não vou alterar o ambiente, intervir na composição, compor um outro quadro, dar uma nova leitura, subverter etc zzzzzZZZZZzzzzzZZZZZ...
Menos arte e mais substância.
Essa foto é tudo o que eu não quero fazer. Eu montei a situação. O quadro não estava atrás da cadeira quando decidi fazer a foto.
Mas fiz, e na hora me pareceu uma boa ideia.
É tudo questão de humor, claro. Temperamento. Dormiu bem, tudo é ótimo. Dormiu mal, desconte no mais próximo.
Pode ser que amanhã uma pessoa bonita x diga que gostou da foto e, pronto!, agora eu também gosto.
Ainda bem que funciona assim. O fígado vale mais que o cérebro.
E a ideia de fotografar os quadros surgiu por causa deste quadro...
Ele ficou por uns 5 anos na parede da sala, mas só reparei nele quando a minha casa ficou em reformas.
Uma hora ele estava no quarto da minha mãe, outra hora no banheiro, outra no sofá... Dançava conforme a música. Quem decidia o destino dele era o pedreiro/pintor.
No próximo post eu falo sobre isso.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Vuvuzelas

Eu trabalho em uma editora, e quando teve aquele rebuliço todo sobre o diploma para ser jornalista, passei uma semana ouvindo opiniões inflamadas do tipo: "Quer dizer que joguei dinheiro fora?" "Qualquer taxista agora pode fazer meu trabalho? Absurdo!" "Vou virar padeiro."
Entendo o lado dos jornalistas daqui. Agora, realmente, qualquer um pode escrever sobre fofoca, decoração de apartamento ou quantas calorias possui uma banana. Justo. Cada um defende o seu.
A causa real da minha irritação com a maioria dos jornalista, óbvio, é inveja.
Eles são pagos pra fazer algo que eu faria tão mal feito quanto.
Meu problema com o jornalismo é mais simples; o que me interessa eu leio, o que não me serve meu cachorro caga em cima.

Alarmismo é uma coisa grave. E me irrita. Sou um cara irritado por dentro.

Uma das justificativas do meu projeto é: fotografar quadros usando a câmera digital pela ironia que isso representa.
Quando a fotografia surgiu, imagino eu, uma centena de pintores saíram correndo nús e gritando que a profissão deles estava acabada. Claro que não estava.
A mesma coisa aconteceu com os fotógrafos quando a digital surgiu. Agora, qualquer taxista (sempre eles) poderia fazer fotografia.
Nada acabou. A pintura continua aí, assim como a profissão de fotógrafo.

Isso sempre me pareceu "odinho" de gente com medo da concorrência.

Existe gente boa em qualquer profissão e lugar. Geralmente são as mais serenas, que pouco reclamam e que mais produzem. Nenhuma dessas se alarma fácil. Elas pensam antes de falar. Elas refletem...

Um exemplo: Ami Vitale em entrevista para The adventury life. Peguei do blog 28mm. Vale a pena ler a entrevista toda e ver as fotos. Ela é boa.
Mas é boa pra caralho.

How important is photojournalism today? With the economy tanking and magazines struggling, are you seeing more or less support for it?

Of course photojournalism is important but it has always been a struggle to find support even since I began. Just because magazines and newspapers are going through a difficult period does not reduce the need for great storytelling and I believe now is a perfect time to find opportunity and recreate ourselves for other mediums. I feel it’s a glorious time for photojournalism and story telling. Our medium is changing and the new opportunities are out there but take a little more work to find. I don’t understand why everyone is afraid of change, the same thing happened to radio years ago. Everyone said it was dead. Photography is not dead and if we can harness all the creativity and tools available to us, we can make some amazing work and deliver it to audiences we never dreamt of reaching before. I see this as an empowering and exciting time.
Alpha FM. Alegrando nossas manhãs no trabalho. Sempre. Forever and ever...
Heaven. Bryan Adams.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009


Casa do Pudim
Chame o menino cabeludo da foto de Erick, se preferir. Eu sempre o chamei de Pudim mesmo...
Contei a ideia do trabalho pra ele. "Ô, mano, claro. É só colar e fazer as fotos."
O Pudim é uma graça de pessoa.
Liguei uma noite e ele não atendeu na hora. Dez minutos depois: "Ô, mano, cola aqui. Acabei de voltar do mercado."
Fui.
Ele mora sozinho faz pouco tempo, então a casa ainda está sendo decorada.
Na semana anterior eu tinha passado por lá pra jogar Banco Imobiliário. Só quando estava indo embora que reparei nesse quadro, em um quartinho isolado que ele usa como uma espécie de escritório.
Na minha cabeça o Pudim sempre aparece segurando um instrumento musical. A foto era óbvia. Pudim, o quadro, um clima escuro e uma guitarra ou baixo.
Fiz isso.
Não gostei.
Mas só percebi que não tinha gostado no dia seguinte. Na hora achei que tivesse ficado bacana.
Olhando agora, dias depois de ter feito a foto, percebi o óbvio: Eu não tava nem aí pro quadro. Fiz uma foto do meu amigo, e só.
Vou voltar lá um dia desses e refazer. Mas, dessa vez com ênfase no quadro, que aliás, é da Marina Moura.
Aí falo sobre o quadro...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Casa da minha vó.

Na verdade, quase não reconheço como a casa da minha vó. A minha "casa da vó" é a da infância, com as paredes de outra cor, tudo meio caramelo. O sofá era outro e os quadros também. Essa nova sala é azulada. E, na verdade, achei ela mais bonita.
O quadro foi pintado por um dos irmãos dela; o Tio Raul. Não lembro do rosto dele direito. Acabo confundindo com o dos outros irmãos todos.
Conversei com a minha vó sobre o quadro. Ela me explicou que o Tio Raul já pinta faz tempo, mas que acaba dando os quadros de presente para os outros, pois não consegue vendê-los. Não é com isso que ele sobrevive, mas é o que gosta de fazer.
Mas ele - o quadro - está ali por uma questão sentimental? Para mostrar para as visitas como o irmão é um bom pintor?
Também, mas o quadro combina com o sofá... Quando o sofá era outro, aquele quadro não estava por lá.
Mostrei a foto para a minha mãe: "Eita, sua vó mudou os móveis de lugar? O que esse quadro está fazendo aí agora? Ficou bom."

Era feriado de 7 de setembro e fui até lá fotografar pro projeto. Caso contrário não teria ido. Gastaria o dia em outro lugar, com certeza. Pirituba... longe pra dedéu.
Cheguei, vi os quadros e não senti vontade de fazer nada. Tava sem ideias, então fui tomar café com a minha vó, tia, prima, irmã, cunhado e amiga... Uma festa. Fofocas, casos de família, o final da novela, etc família família mamãe vovó titia. Levantei da mesa da cozinha e fui pra sala sozinho. Sentei em uma cadeirinha e olhei pra parede. Pronto. Tava tudo bonito e pronto. Bati a foto e sabia que era o que eu queria.

O resto da tarde foi gasto conversando com a véia. Uma hora com ela me contando sobre a ginástica no estacionamento do Carrefour da Av. Mutinga. O porquê dela ter saído da porcaria da ACM. Se eu estava bem no meu trabalho...
Nunca tinha conversado com ela por mais de 10 minutos.
Foi um bom dia. É uma boa foto.

La Dentellière



Sigo sempre algumas regras. Nada de grave: N° 2 só em casa; Nunca tomar café expresso puro; Não usar o cinto combinando com as meias; Sexo só com amor ou alcoolizado.
Não comentar em público sobre filmes já foi uma regra. Não é mais...
Evito. Mas às vezes não dá.

Você acorda cedo no domingo, vai em um templo budista com um casal de amigos, fotografa, coça, recoça, procura mas não vê...
Vai almoçar em um restaurante vegetariano e... bom, a comida é boa, o ambiente agradável, as pessoas são saudáveis, mas e daí?
A busca continua, pois é um dia espiritual. Uma exposição de gravuras. Muito doido. É isso? Quase, manos... quase.
Ei, caras, vamos ver um filme?
Sala escura. Cadeira confortável. Se o filme for ruim, pelo menos pode-se pensar na vida em um lugar aconchegante. Ou dormir, é claro.
Começo do filme: Parece bom.
Meio do filme: O mundo é só aquela luz na sua cara, o resto que se foda.
Final do filme: ....................!!!!!!!!!!!!!!!!................
Crispim Misericórdia... É claro que era isso.
segunda-feira. chuva. o palmeiras perdendo fôlego. trabalho. vontade de mijar reprimida pela antônia "limpando" o banheiro da firma. café ruim por 25 centavos. a máquina engolindo a sua moeda. gente bonita. gente animada. jornalistas de revista de fofoca. a vida, enfim...
mas nada de ruim, nada mesmo, parece acontecer quando toca Brian Adams na Alpha fm... lindo. everything i do... a vida volta a fazer sentido. o amor é possível.
penso em ligar para a rádio e agradecer. mandar flores pro programador. essas coisas.
...então o fdp bota hotel califórnia na sequência. versão acústica.
filho da puta!
filho da puta!

sábado, 12 de setembro de 2009



Esse quadro é da mesma artista do post abaixo. Também fica na casa do Botas. Não ia tirar a foto... Não me dizia nada. Mas, percebi que o quadro tinha uma flor amarela parecida com a de plástico no vaso. As duas flores são representações. Não existe uma flor amarela de verdade. Não? Não. Mas mesmo que no ambiente existisse essa flor, ela não seria uma flor no papel fotográfico. Seria a ideia da flor, assim como as outras duas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009




Bom, a ideia do projeto é... bem simples.
Fotografar quadros dentro de residências.
Justificativas? Doze mil por segundos. Alguma honesta? Realmente honesta? Não, é claro.
No final, talvez, ache essa justificativa e um padrão que ainda não está claro na cabeça.

Sobre a foto do post;
Os quadros são da sala do Botas (ou Raphael Dutra). A vó dele compõe a cena. A mãe do Botas comprou para decorar a sala. Funcionou... Decora bem, mas são quadros bonitos também. Perdi o nome da artista; depois coloco aqui. O tom da vozinha, do sofá, dos quadros... tudo combina. Vendo as fotos que eu fiz até agora, percebi que somente uma não tem nada relacionado com natureza. Tento não ser ridículo e pensar "a selva de pedras. o cinza da cidade. a busca pela natureza. etc", mas é só o que me aparece.





quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"O fim está no começo e no entanto continua-se."

O blog serve pra nada, mas também para guardar o que estou fazendo para o Projeto Fotográfico do Sesc.
Se meu filho nascer nesse meio tempo eu paro tudo pra criar algo mais orgânico; caso contrário, em dezembro termino a primeira fase "útil" deste espaço.

No meio das fotos e reflexões (cruzes!!!) sobre o projeto, textos e imagens de outros seres humanos devem aparecer também. Não se assuste, pernosticizar está em alta.