quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A invenção de Morel

A Invenção de Morel, do Adolfo Bioy Casares, não parecia ser um livro promissor. Ganhei ele emprestado há uns trezentos anos: "Lê. É muito foda! Depois você me devolve, cara." Ninguém empresta livro por tempo indeterminado de graça.
Hipótese 1: O livro tava macumbado.
Hipótese 2: O livro é ruim e a pessoa não quer mais ver ele na frente pra não passar nervoso.
Joguei ele num canto: "Vou ler quando terminar a Veja que roubei do dentista."

Dias atrás fui ao dentista novamente e lembrei dele.

Revirei as tralhas no armário, encontrei o dito, tirei a poeira de cima da capa (importante pra quem tem sinusite) e comecei a ler o prefácio: blablabla blablabla blablabla o livro é perfeito. Ass: Borges (Amigo do autor).

E lá vamos nós! Ass: Bruxa do Pica-Pau.

Mundo mundo vasto mundo
se meu nome fosse Borges
não seria uma rima
mas venderia livro argentino pra caralho

Procurei outras referências no google. Não tenho opinião própria.
Filme baseado no livro: O ano passado em Mariembad. Diretor: Alan Resnais.

Porra! Agora sim.

O enredo é simples: Um homem x foi condenado pra sempre por um motivo y e foge para uma ilha z. Na ilha ele está seguro. Ninguém vai atrás dele, pois tem toda uma lenda sobre uma maldição/praga no lugar. A coisa segue meio tranquila até que ele descobre que tem gente lá também. Vai investigar. Parece que ninguém consegue vê-lo. Pois é... Mas ele se apaixona por uma das mulheres e vai atrás dela. Depois ele descobre o porquê de ninguém sentir a presença dele.

No meio do livro aparece a descrição de uma máquina do futuro; mistura de televisão com vitrola... Esse trambolho é a chave de tudo.

Viagem. Muita viagem. Mas uma das boas.

Ontem, no metrô, meu lugar favorito para flertes, uma morena linda de olhos azuis entrou no vagão e ficou em pé ao meu lado. Olhei uma vez, ela olhou de volta, olhei o livro, ele olhou de volta... Fiquei com o Morel.
Bicha!

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