quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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Uma das desvantagens de ficar sem emprego é perder o bom plano de saúde que a empresa oferecia. Não costumo ficar mais muito doente depois que parei de fumar, então o SUS, parece, vai dar conta do recado por enquanto.
O problema é meu oftalmologista. Gente fina. Demorei anos pra achar um bom, e como ele fica na região de São Paulo onde o metrô tem ar condicionado e gente bonita, imagina o preço da consulta particular. Fudeu.
Mas o que eu sempre gostei nele é o fato da sua voz ser baixa e calma. Tão baixa que eu precisava me concentrar pra ouvir uma frase completa.

Gente agitada e que fala alto? Tô fora. Não sou rockeiro e só tomo pingado.

Hoje fui fazer meu exame demissional e achei meu segundo amor na medicina. Tomara que ele atenda particular...

Doutor Japonês: renan henrique.
Silêncio na sala.
Doutor Japonês: renan henrique!
Renan Henrique: Oi? Eu!
DJ: pode entrar.
RH: Tudo bem, cara?
DJ: ....
RH: Tudo bem, Doutor?
DJ: sim! alguma doença?
Rh: Oi? Não ouvi...
DJ: alguma doença?!?
RH: Ahhh... Não não.
DJ: Acidente de trabalho?
RH: Quê?
DJ: acidente de trabalho?!?
RH: Ahhh... Não não.
Nessa hora puxei a cadeira pra mais perto dele.
DJ: vou tirar sua pressão.
RH: Oi?
Ele não disse nada e veio com a bombinha medir minha pressão.
DJ: 13 por 8!
RH: E isso é bom?
DJ: é normal.
Rh: Não entendi.
DJ: assine aqui. uma via é sua e a outra fica comigo. (Isso eu entendi pois um dos papeis assinado foi meio que jogado no meu colo)
Ele se levantou e abriu a porta.
RH: Tchau, doutor. Muito obrigado.
DJ: até logo.
RH: Hã?
Porta: Pá!!!!!

Um comentário:

Abolafio disse...

O meu professor de Sociologia I sentava, pegava os dois papeis escritos a mao, com o conteudo programado pra aula e começava. Com a fala do tamanho da letra do Japones. Na aula dele todo mundo chegava antes e arrastava as cadeiras até a mesa dele. Ficava meio ridiculo. A mesa do professor colada na lousa e 30 pessoas se curvando pra ouvir ele. E agora vem a melhor parte.
Como uma boa classe de ciências socias, as perguntas pseudo-eloquentes eram corriqueiras. "Professor, fazendo um paralelo com Kant...bla....bla...O que o senhor pensa?". Ai vinha aquele silencio. Ele ficava completamente compenetrado, largava a caneta, olhava pro alto, pra janela... silencio. Mais um pouco de silencio. e a resposta era sempre: "Não tô entendendo onde você quer chegar..." com a cara mais tranquila do mundo.

Insuperável.