sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Luar na Laje

Esse link (clica, fío) te leva ao Luar na laje. Um projeto? Uma biblioteca? Sei lá... Mas é uma ideia muito boa.
Lá no blog você consegue entender bem como a coisa funciona.
E funciona.
Pedi um livro (Medo e submissão da Amelie Nothomb), a coisa chegou na minha casa, li o bagulho e enviei o negócio de volta. Fácil, né? Se a vida fosse só isso eu nem reclamava. Mentira!
Escrevi sobre essa experiência. Quer dizer, mais ou menos sobre...
O texto tá lá (clica agora, fío), mas tá aqui também.


Comecei a ler livros quando já não era um jovenzinho.
Antes disso eu tinha outros interesses. A gente sempre tem outros interesses...
Entrei na faculdade de rádio e tv para, sem culpa e finalmente, fazer aquilo que mais gostava: assistir filmes o dia todo.
Uma bela descoberta dessa época foram o centros culturais bancados pelos... hã... Bancos.
Dedução de impostos, pão, circo e cinema de graça. Para quem não tinha emprego e dinheiro era o paraíso.
Entre uma sessão e outra, e entre o caminho da faculdade pro cinema e do cinema pra casa, eu tinha que matar o tempo pra ele não me matar, como dizia o outro.
O que fazer?
Fui atrás de livros na biblioteca da faculdade.
"Bukowski, que bacana, belo nome. Quem traduziu isso aqui? Leminski? Puta que pariu, esse cara é brasileiro? É escritor também? Vou ler. Que outras coisas ele traduziu? Beckett? Hahaha. Que sem graça ter esse meu nome de classe média branca."
Os nomes dos autores e tradutores eram lindos, mas descobri que aquilo que eles escreviam era ainda mais.
Depois de uns meses, a parte mais interessante dos meus dias desinteressantes era o caminho entre um lugar e outro.
Eu parava no meio da rua ou estação de metrô para ler o restante de um capítulo, e não era raro me atrasar pra faculdade ou perder o começo de um filme por causa disso.
Na hora de voltar para casa, o Morro Grande já não era suficiente. 15 minutos? O que dava pra ler nesse tempo? O Brasilândia, 25 minutos, era bom no começo, mas ficou insuficiente. Pronto! O Parque Edu Chaves dava duas voltas na Barra Funda e fazia a viagem durar 35/40 minutos.

O tempo passa, o tempo voa. A faculdade acabou e o sonho também...

Tchau tchau biblioteca, bora começar a trabalhar.
Miou um pouco meu projeto de ler o dia todo.

Pedi o Medo e Submissão no Luar na Laje assim que descobri a biblioteca.
Mas o livro é bom? Pô, é fudido de bom, mas bom mesmo, pra mim, foi ler novamente no ônibus um livro emprestado por uma biblioteca, com prazo de devolução e os caralhos.
Ler os livros que você compra e vai ter pra sempre te deixa meio preguiçoso.

Quando faltavam umas dez páginas para terminar o livro da Nothomb, o ônibus chegou no ponto final. Eu poderia andar uns quinhentos passos e terminar de ler em casa, ou poderia sentar ali mesmo na calçada, às dez da noite de uma segunda-feira, e voltar uns cinco anos de vida atrás. Voltei pra casa. Tô ficando velho mesmo.

4 comentários:

Abolafio disse...

teamo cara

Pantufas de Nuvens disse...

Vc é o meu heroi magrelo...conseguia ler mesmo com fome! Na época vc preferia comprar um maço de cigarro do q comer entre uma leitura e outra. O cigarro acabou, os lugares diários tb... vc continua o velho de sempre, menos rabugento (ainda bem!)

Renan Henrique disse...

Aion, também te amo, cara. Mas ainda preciso da paradinha do gravador.
Amor,
Juan Enrique.

Liloca, eu preferia fumar do que comer? Mentira; o cigarro é que era mais barato mesmo. Hoje em dia eu comeria duas coxinhas pelo preço de um maço de marlboro.
Um beijo,
Onan, the machine.

Abolafio disse...

Ninguém entende um bom fotografo:

http://www.dailymail.co.uk/news/article-1218248/Newlyweds-win-court-battle-1-500-wedding-photographer-shoddy-pictures-include-missing-heads-car-close-ups.html